Miguel Albuquerque falava durante a inauguração do IDEIA – Investigação e Divulgação de Estudos e Informação sobre a Autonomia, instalado no edifício anexo à sede do Parlamento madeirense, que é coordenado por Marcelino Castro. Um evento que decorreu no âmbito do Dia da Assembleia, hoje assinalado. O governante esteve ainda presente na sessão solene que decorreu no parlamento madeirense e na cerimónia de atribuição do Prémio Emanuel Rodrigues, que desta vez premiou o trabalho do jornalista Paulo Santos em prol da Autonomia.
Na inauguração do IDEIA, Miguel Albuquerque defendeu que para que essa luta venha ater sucesso são precisas bases sólidas e científicas, de modo a que as novas gerações tenham uma perfeita noção do que é o regime autonómico e do que isso representou para o desenvolvimento da Região. E da importância que é continuar a persistir não só na defesa dos valores autonómicos, mas ainda na conquista de ainda mais Autonomia.
Contudo, o líder madeirense considera que, neste momento, a Autonomia está num impasse, tanto no quadro institucional como na vontade de liderar um processo autonómico. E deu como exemplo, desta falta de vontade em avançar, a recente decisão do Tribunal Constitucional acerca da Lei do Mar. E reforçou que a doutrina daquele órgão tem sido, ao longo dos tempos, sistematicamente «contra os direitos dos povos insulares».
Neste sentido, o presidente do Governo Regional considera crucial saber se os mais jovens, tal e qual fizeram ao mais antigos, estão prontas a defender a Autonomia e ir à luta.
O governante recordou o percurso autonómico, para reforçar a ideia de que a Autonomia não nos foi oferecida, mas conquistada. E releva que Lisboa só no-la concedeu, para esvaziar os movimentos independentistas que surgiram em 1975.
Agora, reitera, é preciso reforçar a Autonomia, alargar os poderes das Regiões Autónomas. Um desiderato que esbarra, lamenta, no excesso centralismo do Estado português, o «país mais centralista da Europa», que teima em nos continuar a trará como se ainda fôssemos as “ilhas adjacentes”. O governante madeirense lamenta que Portugal não proceda a uma efetiva descentralização, que ajudaria o País a deixar de ser o país mais pobre da Europa ocidental.
O presidente do Governo Regional recordou que «a nossa autonomia se desenvolveu à custa da Europa e não da República», reforçando que o melhor que nos aconteceu foi «a integração na União Europeia» e instigando os jovens a estarem preparados para o futuro, porque só assim poderão continuar a desenvolver a Região.